O VALOR DO TRABALHO EM EQUIPE - UNIDADE
Gn 11:1-9
Assim como Jesus fazia, queremos lançar mão de algumas parábolas para mostrar a necessidade de aprendermos a trabalhar em grupo. A palavra de Deus diz que não há limites para uma unidade consagrada e um propósito apaixonado.
E o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. Gn. 11:6
Quando temos a mesma linguagem e somos um em um propósito, Deus mesmo diz que não haverá restrição para tudo que intentarmos fazer.
1. O povo é um
Ser um povo unido num só propósito não é algo simples de ser alcançado. Paulo mostra aos Filipenses que tal unidade é fruto de um processo.
Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Fp. 2:1-2
- Exortação em Cristo (preocupação com a vida ética do outro)
- Consolação de amor (há um sentimento de ajuda para com o outro)
- Comunhão do Espírito (existem laços espirituais que os une – fé, batismo, Espírito)
- Entranhados afetos e misericórdias (há uma relação maior de afeto)
- O que falta segundo Paulo? Unidade - Pensar a mesma coisa, terem o mesmo amor, serem unidos de alma, possuirem o mesmo sentimento.
Quando há unidade – não há partidarismo, não há soberba (Fp 2:3-4) – não trabalhamos pensando em nós ou em um indivíduo – pensamos no bem de todos, da maioria, do corpo.
Os porcos-espinho
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinho, perceberam a situação e resolveram se juntar em grupo. Assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente.
Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam mais calor. Por isso tornaram a se afastar um dos outros.
Todavia, voltaram a morrer congelados. Precisaram então fazer uma escolha, ou desapareciam da terra, ou aceitavam os espinhos dos semelhantes.
Sabiamente, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o importante era o calor do outro. E terminaram sobrevivendo.
Se estamos sozinhos esfriamos
A frieza e a friagem nos assolam, precisamos nos manter aquecidos e até incendiados, mas isso só será possível se nos mantivermos juntos. É como uma brasa, se fica sozinha apaga.
A proximidade e a comunhão têm um preço
Pequenas feridas sempre surgem quando nos aproximamos e nos relacionamos.
2. Todos têm a mesma linguagem
Gênesis 11:6 diz que o povo era um e tinha o mesmo falar, por isso não haveria restrição para tudo o que intentassem fazer. Paulo orienta os coríntios dentro do mesmo princípio:
- Que falassem a mesma coisa - v. 10
- Que tivessem uma mesma disposição mental - v. 10
- Um mesmo parecer - v. 10
O resultado disso é que seriam uma unidade e não uma mera união de crentes. Há uma diferença entre união e unidade. União é ter muitas batatas no mesmo saco, enquanto unidade é quando as batatas são cozidas e amassadas tornando-se um purê dentro do prato.
A unidade tem um preço de fogo e quebrantamento, ou seja, não há unidade sem o fogo do Espírito e a renúncia do Ego. Só assim podemos falar a mesma língua e termos a mesma disposição mental.
Os gansos
Quando você vê gansos voando em “V”, pode ficar curioso quanto às razões pelas quais eles escolhem voar desta forma. Os cientistas analisaram e fizeram as seguintes descobertas:
1º fato - À medida que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para a ave seguinte. Voando em formação “V”, o grupo inteiro consegue voar pelo menos 70% a mais do que se cada ave voasse isoladamente.
Quando pessoas que compartilham de um mesmo sonho e uma mesma direção andam juntas elas chegam mais rápido por que juntas elas produzem um ambiente positivo de fé.
2º fato- Sempre que um ganso sai fora da formação e imediatamente sente o peso de voar só, rapidamente ele retorna à formação.
Sabemos que há segurança no grupo e na comunhão e poderemos viver a vida cristã mais facilmente se o fizermos na formação do grupo.
3º fato- Quando o ganso líder se cansa ele reveza, indo para a traseira do “V”, enquanto outro toma a dianteira.
Quando temos de fazer um trabalho árduo também necessitamos de revezamento. O grupo só vai avançar se todos se revezarem pelo encargo da palavra e da reunião.
4º fato - Os gansos que vão atrás na formação grasnam o tempo todo para que aqueles que estão à frente mantenha o ritmo e a velocidade.
É um fato da vida que todos necessitamos de estímulo, elogio e apoio para avançarmos em nosso trabalho.
5º fato - Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e o seguem para ajudar a protegê-lo. O acompanham até a solução do problema e então reiniciam a jornada no seu grupo original ou se juntam a um novo grupo.
O grupo é um lugar de solidariedade e compromisso mútuo. Não podemos abandonar o nosso irmão quando está em lutas e dificuldades.
3. Não haverá restrição para tudo quanto intentam fazer
O inimigo não pode resistir a uma unidade consagrada. As portas do inferno não nos resistirão se vivermos um purê de batatas e não um monte de batatas num mesmo saco.
O trabalho em equipe: Conta-se que numa marcenaria houve uma estranha assembléia. Foi uma reunião de ferramentas para acertas as suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes o notificaram que teria de renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho, além do mais, passava o tempo todo golpeando. O martelo reconheceu sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que este dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atrito.
A lixa acatou, com a condição de que expulsassem o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o marceneiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho.
Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente a rústica madeira se converteu num fino móvel. Quando a marcenaria ficou só a assembléia reativou a discussão.
Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: “senhores, ficou demonstrado que todos temos defeitos, mas o marceneiro trabalha com nossas dificuldades, com os nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos nos nossos pontos fracos, mas concentremo-nos em nossos pontos fortes.
A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar as asperezas e o metro era preciso e exato. Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Não estamos aqui para formar relacionamentos formais, mas vínculos de amor e vida. Estamos formando vínculos para a eternidade.
Muitos de nós desejamos fazer coisas grandes que nos coloquem na história, mas Deus quer que apenas participemos da história dos nossos irmãos.